segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Num venha não João!

Prodológico PAPA

Falando em Prodologia, acho mesmo que o mundo pirou, como dizem por aqui, que eu fico com essa mania de fazer versos limeirianos, pirado. Pirado mesmo estou em ver a degradação da música do carnaval aqui da Bahia, puta que pariu... como diz um cantador aqui de Coité: "Em se tratando de não obstante, nada como contudo, em questão de principalmente!" Vô te cumer! Vô te cumer! Vô te cumer! Lá ele! aqui mesmo não!

E como se não bastasse, ainda ficam querendo criar polêmica, a rainha piriguete Canta e Compara ao clássico de Carlos Lyra e Boscolli. Lobo Bobo, cantada a voz miúda, pra quem gosta! do João que não é doido nem nada, João Doido é um doido lá de Juazeiro, uma figura tranquila, esse João não! Mas deixemos João lá, a outra, "claudete" coalhada, pois o leite azedou na avenida, desafinando que só a gota, como dizem por aí, acho que pra homenagear, o João, em seu Desafinado magistral, pra quem gosta! Homi! deixe João quieto!

Pois, ficaram de tititi, isso tudo pra fazer mídia em cima de uma merda dessa, uns dizem que a música tem Pedofilia, outros dizem que não! - E o Lobo Bobo de João Gilberto? Comparam!

O lobo eu não sei, vi alguns fantasiados na avenida, mas estes estavam rebolando uns para outros: Vô te cumer! Vô te cumer! Vô te cumer! Lá ele! Lobo de C_ é PICAS.

Essa mídia toda que gera renda, que vende shows, que incentiva a “tocação de punheta” 24 horas por dia. Vô te cumer! Vô te cumer! Vô te cumer! Lá ele! Olhe aí! Eu repeti 3 vezes essa merda e vocês já estão querendo me comer o fígado! Lá ele!

Aí eu concordo com um texto que li recentemente aqui mesmo no JBF, falando dessa musicalidade, que infelizmente não fica só no carnaval, entra ano à dentro feito faca amolada, cortando cérebros e esfaqueando as mentes das pessoas, que sorriem, sem a menor noção da erva daninha que se espalhou pras bandas de cá. Escolha!

Escolha! Quem dera tivéssemos mesmo esse poder, não falo por mim, falo praqueles lobos "bobos bichas" que por diversos motivos, não podem freqüentar os ambientes das culturas da elite, e no seu bairro, na sua FM, na sua TV, só tem acesso a essas musicas, não sei se estou errado, mas às vezes chego a acreditar que existe um plano da direita (entenda direita, aos pentelhos de plantão do JBF, a classe burguesa, que sempre mamou nas tetas, e continuam, que venderia o próprio caráter, se possuíssem; falo direita, dos grande latifundiários que arregaçam o nosso solo, sugando de forma vil, pra juntar mais grana e poder, falo direita aos politiqueiros do Brasil, que não conhecem o siginificado de política, enfim sou LULA mesmo e não tem pra ninguém).

Enfim, acho que João quer voltar, com a Ditadura musical, esse é o plano então..., e a Dita Dura é que invade todos os dias os tímpanos de uma nação tupiniquim, fudendo com tudo, ceifando lembranças, apagando histórias, de outras épocas, em que a Ditadura nem era tão dura assim, tanto que conseguimos quebrá-la. E com quantos belos acordes! “Amanhã vai ser outro dia! Hoje você é quem manda falou tá falado!”. Sonho uma revolução, Cabeiras, Dirceus, Ullisses, Caetanos, voltem!

Êpa! Calma! Eles já estão aí de volta, mas a Dita Dura já os penetrou, rompeu-lhes os tímpanos, fudeu o caráter, ejaculou arrogância e pariu filhos da puta! Da puta da Democracia, que se vendeu às armações e mensalões, cuecas, meias, malas, grampos, "bostemusic".

Precisamos de uma revolução! Cantores, poetas, quengas, lésbicos, viadas, doutores! Todos vocês que passam horas em mesas de bar falando mal dessa porra, mas quando escutam, não só ficam passivos, como se ativam no “Rebolation”, a música símbolo do Carnaval de Chame gente. Gente! Por favor não me chamem mais. Eu já escolhi! Estou de armas prontas, com a Dita Dura preparada pra fuder O Lobo Mal, a chapeuzinhom, as piriguetes todas e quem tentar me dizer que isso essa música presta.

Num venha não João!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Hidropoconias




Quando eu vi o tumulto, me assustei
E corri procurando alguma fala
Não me venha com seu troco de bala
Eu recebo a moeda que paguei
Outro dia, bem antes de ser Rei
Enfrentei lampião com uma laterna
Meu cachorro dormia lá na cisterma
Quando menos se espera uma sereia
Deu-lhe um osso com gosto de areia
Latiu ele e foi logo abrindo a perna

Lampião foi embora depois disso
Se alistou para ter boa vontade
Hoje velho e caduco da idade
Xeleléu, sem moral e compromisso
Candeeiro de gás é seu serviço
Dedo duro não presta pra tocar
Quem quiser que insista pra afinar
Nessas coisas de Hidropoconias
Já falava o poeta Isaias
Quando cristo aprendeu o be-á-bar!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Androsofias




Um gripe Androsófica
Espirra um pote de barro
Três macacos e um escarro
Numa noite filosófica
Embaralhando a Prosófica
No cassino do convento
Depois se ouviu o lamento
Pela a aposta de graça
Três macacos numa praça
Diz o antigo Testamento

Um peleja sem jeito
Um circo sem ter macaco
Um sinuca e um taco
Casaram-se naquele leito
Androsofia é perfeito
Pois é quem faz o momento
Que a bimba gera o rebento
E a freira perde a cabaça
Com três macacos na praça
Diz o antigo Testamento!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Bla, bla, bla... Doscopia III




A morte nasce redonda
Logo logo desfalece
Quem não sabia, se esquece
Já possui uma honda
Minha cachorra madona
Late de felicidade
Pois ao chegar na cidade
Se inscreveu pra ser atriz
Vou me casar na matriz
Pra lhe jurar lealdade

E quando raiar o dia
Meia noite “mais ou menos”
Vou comparar os acenos
Pra fazer a freguesia
A morte que se inicia
Nas artes das deletérias
Se perde pelas artérias
E volta sem um centavo
Comprei açucar mascavo
Completo as quinze matérias

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Bla, bla, bla... Doscopia II



Ô censura da “mulestia”
Em um saco de farinha
Eurico perdeu a gama
do Vasco na Barroquinha
Salvador sentindo dor
Mandei chamar o doutor
Pra ver se a filha era minha

Eu já perdi na porrinha
Agora volto ao mobral
Não dá pra comprar um sitio
Com toda essa capital
O jeito vai ser voltar
Subir na cruz me pregar
Ao lado oposto do mau

E sem querer reclamar
Nem mesmo fazendo conta
Quando entrar dois mil e doze
Toda essa prêula desponta
Anafobias virão
Viva seu Pedro, dirão!
Aqueles de mente tonta!

Esse cavalo não monta
Nem faz trote dividido
Eita menino levado
Fedorento e “malovido”
Não duvido que amanhã
Jaqueira brote maçã
Deixando tudo perdido

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Bla, bla, bla... Doscopia I



Eu vou comprar um machado
Um tamborete de couro
Dois cabritos e um besouro
Mesmo que esteja cansado
Arruda serve um bocado
Para alimento de rede
Bota a cara na parede
Quando o bilhete termina
Essa coisa contamina
Eu to ficando com sede

Segundo a sombra caseira
Aquela que esfria a sala
Tendo um milhão, tudo cala
Depois de uma brejeira
Amanhã eu vou na feira
Comprar dois quilos de nada
Pra fazer de madrugada
Um pacote de ninguém
Reze o credo e diga amém
E assim seja louvada!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Quadracospia teimosa



É no vento, e na serra, é do contra, é a vida
É aquela parada, e aquela despedida
É a sina da arte, ser sempre esquecida
É a vida na serra, vento em contra mão
É o doido Tadeu fazendo um sermão
Com essa mania de ser deputado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão!

É o fogo aceso, é a brasa que arde
Teimando com o vento, fazendo alarde
É o sol a se pôr, todo fim de tarde
E a Lua faceira querendo um refrão
É a noite dormindo, sonhando com João
Que era Figueiredo e hoje é coitado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão

É a chuva pesada, que inunda e desmancha
As ondas sonoras que batem na lancha
É a nódoa que marca numa eterna mancha
Que fica pregada em toda a geração
É a queda do copo perto do fogão
Quando o leite derrama, faltou mais cuidado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão

É a morte certeira depois duma dança
É o taco de pão, espalhando esperança
E a fome fugindo buscando aliança
É a luta do povo, desse meu sertão
Barrabáz não nasceu. Ele é produção
Do homem que vive pensando em trocado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão

domingo, 31 de janeiro de 2010

Quadracospia Ùnica



Foi assim, quase como, talvez ocorresse
Na Paulicemia em todo esse interesse
Pagando em dia e se um dia eu devesse
Seria eu mesmo aquele patrão
Liguei a bobina, entrei num caminhão
Mas quando eu olhei vi seu João acordado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão

È um sinal, uma luz, é a distancia de um ponto
È um ponto sem luz, logo após o desconto
É um boêmio, é perdido, fazendo outro conto
Melado de graxa em pleno verão
E quebrado, sem graça, um louco, doidão
Correu para feira comprando fiado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão

È festejo de festa, é São Judas Tadeu
É o mesmo infeliz, que a Cristo vendeu
É o feijão que azedo, valei-me! Fedeu!
Desligue correndo e apague o fogão
Pois sopa só presta molhada no pão
Não traga pra mim seu café requentado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão

É o prelúdio dos soros e a sede das grotas
É estúdio que estudo os caminhos da botas
Que afina a passada, e sustente suas notas
Chamando Pilatos irmão de Platão
Lá vem Barrabás chupando limão
Com uma caipirinha agarrada do lado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão

Galopeoscopia IV



Distante da serra, depois do planalto
Cansou da viagem e sonhou o retorno
Já tava sentindo o enfeite de corno
Por menos que isso fugiu do assalto
Pegou uma estrada de barro e asfalto
Comprou uma prenda para Iemanjá
No Calidoscópio tornou a falar
Pra uma platéia de surdos do Iraque
Um negro beiçudo tocava atabaque
Marcando o compasso a caminho do Mar

Naquela manhã toda lua era cheia
E um jegue dormia encostado no muro
O pajé foi no Google pra ver o futuro
No site de quengas casou a sereia
O padre sozinho, de olho na areia
Pediu ao caolho pra ele ficar
Descendo a serra viu o ceará
Danou-se a correr, foi bater no Capão
Voltava o mundo pela contramão
Contando as histórias de longe do Mar

Galopeoscopia III



No tempo que o mundo era na Palestina
As pujanças do tempo perdiam as horas
Descendo o riacho em cima das toras
Um cabra sorria pra outra menina
Buscando na bússola o erro da sina
Contudo sem pressa, tava pra chegar
E o mundo mudou-se foi pro ceará
E o Padre falou que com ele explorava
Tirou uma foto que não revelava
Que tava a mil léguas da beira do Mar

Comprou um jumento, o mundo enxerido
E danou-se na estrada, desceu pra natal
Comprou uma estrovenga no canavial
Trocou pela bússola, pois tava perdido
Ouviu na esquina um grande estampido
Era o padre bufando por não coletar
Jurou de pés juntos em não mais votar
O mundo perdido de gente safada
Largou a batina, foi pra Timbalada
Tocando a mil léguas da beira do Mar

Galopeoscopia II



Na Prilugumia eu plantei a saudade
Num dia de chuva tava em “Bangladeste”
Um vento errado me trouxe do Leste
Mas eu não reclamo se é pura verdade
O Nordeste é tão grande, mas falta a cidade
Parece um mundão de gente a remar
Subindo a ladeira, você bate lá
Mas preste atenção pra não levar multa
Comece o regime para a Catapulta
E tome arremesso pra longe do Mar!

Prepare a palavra daquele discurso
Acenda a fogueira, pois é São João
São Brás não morreu, voltou pro Sertão
Foi de mala e cuia criando outro urso
Montou um museu, e esqueceu o percurso
Naquela agonia querendo voltar
Comprou dois jumentos e um caçuá
Pra fazer malabares na palhaçaria
São Pedro acordou com toda a gritaria
E mudou-se também pra longe do Mar!

Galopeoscopia I



Nadando ao contrário eu voltei lentamente
Minha nave quebrou perto do Paraguai
Filtrando a exegese a verdade hoje sai
Quem foi que comeu o bolo do tenente
Avia menino! Escove esse dente!
Pra não dá a prêula no teu cariá
Ainda essa noite, encontrei um gambá
Que vinha voltando fugindo da praia
A moça sorria, levantando a saia
Num lindo galope distante do Mar!

Naquele umbuzeiro tem peba e tatu
Lá por trás da serra tem um boqueirão
Se faltar energia, prepare o canhão
Pra quando chegar perto do Pajeú
Espante as moscas e avise ao urubu
Que a Grodoscopia chegou pra ficar
Casou-se de novo e tornou a casar
E Lua sorrindo foi quem acoitou
Se avexe menina! Teu pai te chamou
Bradando a galope distante do Mar!

sábado, 30 de janeiro de 2010

Prodológica Sexta



E nos veloás da vida
Nossa parábola pena
Que não peca se condena
Por ter passado a medida
Ontem teve uma batida
Dois engenhos, um limão
Correu pro afeganistão
Sem saber se lá estavam
Dois bacuris se amavam
Na varando do oitão

Maria chamou João
Mas quem vêi foi Belarmino
Com uma calça de menino
Correndo na contramão
No riacho tem capão
Na Chapada tem azeite
Comendo manga com leite
A grodoscopia berra
Que é bileiro não erra
Arrume a cama e se deite

Prodológica Quinta



Falando de palagana
Eu volto para o Mobral
Pois nesse assunto imoral
Eu prefiro tomar cana
José se enrolou com Ana
Por muito menos que isso
Assumiu um compromisso
E nem sabe se é pai
Mais tarde essa manga cai
Preste atenção no serviço

Por isso a grodoscopia
Do paquiderme bufante
Pomposo todo falante
Conquistando a freguesia
E feito o cego sem guia
Perdido na sua porta
Ontem mesmo nasceu morta
A madrugada infeliz
Só não foi porque não quis
Feito faca que não corta!

Prodológica Quarta



Entrando na Capatólia
Pra fazer graduação
Eu encontrei Lampião
Brincando de Capataz
Namorando outro rapaz
Ritinha se aborreceu
Até um café ferveu
Pra nós tomar com cuscuz
Presentes estavam Jesus,
João e Bartolomeu.

Nos Arrimabambas da vida
Eu vi um cego falando
Que era gago de engano
Por culpa de Margarida
E numa carta mal lida
Foi convocado pra guerra
Se for caolho não erra
Pois é melhor para mira
A moça só grita tira!
Quando a cabritinha berra.

Prodológica Terceira



E no caminho das Grinfas
Califas foi quem mais fez
Logo no primeiro mês
Encomendou 15 ninfas
Tudo isso seu Calinfas?
Um fônho quis perguntar
Mas inda ia jogar
A cachorra numa rinha
Já era de tardezinha
Quando aprendeu a pescar

E nas gretas do inocente
Tem sempre alguém por ali
Cuidado pra não cair!
Já dizia seu Vicente
Tomando sua aguardente
Dois bacuris e um louro
Cagando o ombro do mouro
Depois de uma feijoada
Perdeu sua namorada
Levando fama de touro!

Prodológica Segunda



Na Prodologia certa
O que vale é a alpercata
Descalça caçando lata
Por uma rua deserta
Quando a companhia aperta
É preciso ficar só
Como quem caça mocó
Sem querer atrevimento
Peguei na calda do vento
Dei dois laços e outro nó

Não sou de palagamia
Nem de modernante prosa
Recebi menção honrosa
Por que matei uma Jia
Lá pras bandas da Bahia
São Tomé viu mais não viu
Gritou puta que pariu
Hoje vou me embriagar
Cigarro tem, quer comprar?
Tem estopim e pavio!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Prodológica Primeira



A nova prosopopéia
Das cantilenas de lua
Serão a partir de hoje
Anotadas numa grua
Se eu fosse doido de rua
Eu casava com a princesa
E desmanchava a beleza
Ela gemendo e sorrindo
Amanhã vem seu Arlindo
Comprar a perna da mesa

Na primeira decisão
Deus disse pode ir simbora
Chamou Maria, sua nora
Passou-lhe logo um carão
- Num pode faltar bujão
Corra logo no mercado!
Quanto é que vale um cruzado?
Da direita de Maguila
Traga um litro de montila
E pode deixar fiado!