terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Quadracospia teimosa
É no vento, e na serra, é do contra, é a vida
É aquela parada, e aquela despedida
É a sina da arte, ser sempre esquecida
É a vida na serra, vento em contra mão
É o doido Tadeu fazendo um sermão
Com essa mania de ser deputado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão!
É o fogo aceso, é a brasa que arde
Teimando com o vento, fazendo alarde
É o sol a se pôr, todo fim de tarde
E a Lua faceira querendo um refrão
É a noite dormindo, sonhando com João
Que era Figueiredo e hoje é coitado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão
É a chuva pesada, que inunda e desmancha
As ondas sonoras que batem na lancha
É a nódoa que marca numa eterna mancha
Que fica pregada em toda a geração
É a queda do copo perto do fogão
Quando o leite derrama, faltou mais cuidado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão
É a morte certeira depois duma dança
É o taco de pão, espalhando esperança
E a fome fugindo buscando aliança
É a luta do povo, desse meu sertão
Barrabáz não nasceu. Ele é produção
Do homem que vive pensando em trocado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão
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