domingo, 31 de janeiro de 2010

Quadracospia Ùnica



Foi assim, quase como, talvez ocorresse
Na Paulicemia em todo esse interesse
Pagando em dia e se um dia eu devesse
Seria eu mesmo aquele patrão
Liguei a bobina, entrei num caminhão
Mas quando eu olhei vi seu João acordado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão

È um sinal, uma luz, é a distancia de um ponto
È um ponto sem luz, logo após o desconto
É um boêmio, é perdido, fazendo outro conto
Melado de graxa em pleno verão
E quebrado, sem graça, um louco, doidão
Correu para feira comprando fiado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão

È festejo de festa, é São Judas Tadeu
É o mesmo infeliz, que a Cristo vendeu
É o feijão que azedo, valei-me! Fedeu!
Desligue correndo e apague o fogão
Pois sopa só presta molhada no pão
Não traga pra mim seu café requentado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão

É o prelúdio dos soros e a sede das grotas
É estúdio que estudo os caminhos da botas
Que afina a passada, e sustente suas notas
Chamando Pilatos irmão de Platão
Lá vem Barrabás chupando limão
Com uma caipirinha agarrada do lado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão

Galopeoscopia IV



Distante da serra, depois do planalto
Cansou da viagem e sonhou o retorno
Já tava sentindo o enfeite de corno
Por menos que isso fugiu do assalto
Pegou uma estrada de barro e asfalto
Comprou uma prenda para Iemanjá
No Calidoscópio tornou a falar
Pra uma platéia de surdos do Iraque
Um negro beiçudo tocava atabaque
Marcando o compasso a caminho do Mar

Naquela manhã toda lua era cheia
E um jegue dormia encostado no muro
O pajé foi no Google pra ver o futuro
No site de quengas casou a sereia
O padre sozinho, de olho na areia
Pediu ao caolho pra ele ficar
Descendo a serra viu o ceará
Danou-se a correr, foi bater no Capão
Voltava o mundo pela contramão
Contando as histórias de longe do Mar

Galopeoscopia III



No tempo que o mundo era na Palestina
As pujanças do tempo perdiam as horas
Descendo o riacho em cima das toras
Um cabra sorria pra outra menina
Buscando na bússola o erro da sina
Contudo sem pressa, tava pra chegar
E o mundo mudou-se foi pro ceará
E o Padre falou que com ele explorava
Tirou uma foto que não revelava
Que tava a mil léguas da beira do Mar

Comprou um jumento, o mundo enxerido
E danou-se na estrada, desceu pra natal
Comprou uma estrovenga no canavial
Trocou pela bússola, pois tava perdido
Ouviu na esquina um grande estampido
Era o padre bufando por não coletar
Jurou de pés juntos em não mais votar
O mundo perdido de gente safada
Largou a batina, foi pra Timbalada
Tocando a mil léguas da beira do Mar

Galopeoscopia II



Na Prilugumia eu plantei a saudade
Num dia de chuva tava em “Bangladeste”
Um vento errado me trouxe do Leste
Mas eu não reclamo se é pura verdade
O Nordeste é tão grande, mas falta a cidade
Parece um mundão de gente a remar
Subindo a ladeira, você bate lá
Mas preste atenção pra não levar multa
Comece o regime para a Catapulta
E tome arremesso pra longe do Mar!

Prepare a palavra daquele discurso
Acenda a fogueira, pois é São João
São Brás não morreu, voltou pro Sertão
Foi de mala e cuia criando outro urso
Montou um museu, e esqueceu o percurso
Naquela agonia querendo voltar
Comprou dois jumentos e um caçuá
Pra fazer malabares na palhaçaria
São Pedro acordou com toda a gritaria
E mudou-se também pra longe do Mar!

Galopeoscopia I



Nadando ao contrário eu voltei lentamente
Minha nave quebrou perto do Paraguai
Filtrando a exegese a verdade hoje sai
Quem foi que comeu o bolo do tenente
Avia menino! Escove esse dente!
Pra não dá a prêula no teu cariá
Ainda essa noite, encontrei um gambá
Que vinha voltando fugindo da praia
A moça sorria, levantando a saia
Num lindo galope distante do Mar!

Naquele umbuzeiro tem peba e tatu
Lá por trás da serra tem um boqueirão
Se faltar energia, prepare o canhão
Pra quando chegar perto do Pajeú
Espante as moscas e avise ao urubu
Que a Grodoscopia chegou pra ficar
Casou-se de novo e tornou a casar
E Lua sorrindo foi quem acoitou
Se avexe menina! Teu pai te chamou
Bradando a galope distante do Mar!

sábado, 30 de janeiro de 2010

Prodológica Sexta



E nos veloás da vida
Nossa parábola pena
Que não peca se condena
Por ter passado a medida
Ontem teve uma batida
Dois engenhos, um limão
Correu pro afeganistão
Sem saber se lá estavam
Dois bacuris se amavam
Na varando do oitão

Maria chamou João
Mas quem vêi foi Belarmino
Com uma calça de menino
Correndo na contramão
No riacho tem capão
Na Chapada tem azeite
Comendo manga com leite
A grodoscopia berra
Que é bileiro não erra
Arrume a cama e se deite

Prodológica Quinta



Falando de palagana
Eu volto para o Mobral
Pois nesse assunto imoral
Eu prefiro tomar cana
José se enrolou com Ana
Por muito menos que isso
Assumiu um compromisso
E nem sabe se é pai
Mais tarde essa manga cai
Preste atenção no serviço

Por isso a grodoscopia
Do paquiderme bufante
Pomposo todo falante
Conquistando a freguesia
E feito o cego sem guia
Perdido na sua porta
Ontem mesmo nasceu morta
A madrugada infeliz
Só não foi porque não quis
Feito faca que não corta!

Prodológica Quarta



Entrando na Capatólia
Pra fazer graduação
Eu encontrei Lampião
Brincando de Capataz
Namorando outro rapaz
Ritinha se aborreceu
Até um café ferveu
Pra nós tomar com cuscuz
Presentes estavam Jesus,
João e Bartolomeu.

Nos Arrimabambas da vida
Eu vi um cego falando
Que era gago de engano
Por culpa de Margarida
E numa carta mal lida
Foi convocado pra guerra
Se for caolho não erra
Pois é melhor para mira
A moça só grita tira!
Quando a cabritinha berra.

Prodológica Terceira



E no caminho das Grinfas
Califas foi quem mais fez
Logo no primeiro mês
Encomendou 15 ninfas
Tudo isso seu Calinfas?
Um fônho quis perguntar
Mas inda ia jogar
A cachorra numa rinha
Já era de tardezinha
Quando aprendeu a pescar

E nas gretas do inocente
Tem sempre alguém por ali
Cuidado pra não cair!
Já dizia seu Vicente
Tomando sua aguardente
Dois bacuris e um louro
Cagando o ombro do mouro
Depois de uma feijoada
Perdeu sua namorada
Levando fama de touro!

Prodológica Segunda



Na Prodologia certa
O que vale é a alpercata
Descalça caçando lata
Por uma rua deserta
Quando a companhia aperta
É preciso ficar só
Como quem caça mocó
Sem querer atrevimento
Peguei na calda do vento
Dei dois laços e outro nó

Não sou de palagamia
Nem de modernante prosa
Recebi menção honrosa
Por que matei uma Jia
Lá pras bandas da Bahia
São Tomé viu mais não viu
Gritou puta que pariu
Hoje vou me embriagar
Cigarro tem, quer comprar?
Tem estopim e pavio!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Prodológica Primeira



A nova prosopopéia
Das cantilenas de lua
Serão a partir de hoje
Anotadas numa grua
Se eu fosse doido de rua
Eu casava com a princesa
E desmanchava a beleza
Ela gemendo e sorrindo
Amanhã vem seu Arlindo
Comprar a perna da mesa

Na primeira decisão
Deus disse pode ir simbora
Chamou Maria, sua nora
Passou-lhe logo um carão
- Num pode faltar bujão
Corra logo no mercado!
Quanto é que vale um cruzado?
Da direita de Maguila
Traga um litro de montila
E pode deixar fiado!